Ao caminhar com o Gustavo (meu filho de cinco anos) pelas ruas íngremes do condomínio, passamos por um gato que se mostrou arredio ao chamado do menino. De fato, aquele gato não queria saber de conversa...
Alguns
metros depois, passou por nós um carro da Polícia Militar. O menino acena, e
grita:
-Ei,
polícia, vem prender o gato.
- Mas, sob
qual acusação?- protestei.
-Ele come
passarinho!
-Ei, como assim? E a gente não
come? A gente come frango, que é ave tanto quanto o passarinho.
-Mas isso
a polícia deixa, mamãe- respondeu de pronto.
O causo tinha
ainda muito para complicar, motivo pelo qual o provoquei:
-E se for frango
à passarinho?
Após um momento
em silêncio, concluiu:
-Ah, isso não
pode também.
Lições dessa nossa caminhada: que culpa tem o gato,
se não é vegetariano? Que culpa tenho eu, se como frango? Ora, somos
vítimas de nossos próprios preconceitos. Nesse caso, a culpa é toda da
semântica.
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