quarta-feira, 30 de julho de 2008

Flores



Em minha poesia cabem flores
Azaléias, petúnias, frésias
Todas quantas!
Além de seus amores
Seduzidos por suas cores
Peroladas, aveludadas, onduladas
Amantes polinizadores
Borboletas, formigas, beija-flores
Que eternizam seus encantos
Em gracioso movimento
Somam vida e esperança
Às linhas deste pensamento
(Priscila P. Mendes)

terça-feira, 29 de julho de 2008

Certezas


Sabe que te amo?
Sem reticências ou exclamações
Logo ao nos conhecermos,
Acordei para o desejo
De ouvi-lo e vê-lo, mais uma vez,
todos os dias
Porque você aportou cavalheiro,
mas sem rodeios
Envolveu-me com sua ternura
E personalidade verdadeira
Que resolvi devolver-lhe esta doçura,
Durante a vida inteira
Porque você atrai estes sentimentos,
E Instiga meus pensamentos;

Sabe que te amo?
Sem frescura ou fantasia
É real e graças a Deus por isso
Não faz estilo amor de poesia,
Está mais para uma prosa bem vivida,
Construída e alicerçada em fatos;
Não duvide, esteja certo disso;
Você é meu compromisso,
selado e assinado.

Sabe que te amo?

(Priscila P. Mendes)

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Mães de UTI

"Hoje, acordei pensando em um grupo de mulheres que me marcou profundamente. São as mães de UTI. A despeito da realidade que não escolheram viver, são mulheres comuns às demais mulheres. Não esperava conhecê-las nas circunstâncias em que as conheci, pois ninguém espera internar um filho nos seus primeiros dias de vida. Porém, Deus nos colocou ali, na mesma sala de espera da UTI. Conforme as conhecia, mais as admirava. Ao ouvir suas história, sentia-me pequena, frente ao tamanho da força daquelas mulheres, desprendidas de superficialidades. Não via amargura em seus rostos abatidos, nem escutava palavras de revolta saírem de seus lábios. Apesar das más notícias, a fé e a esperança não se dissipavam, e muitas vezes, notei que sofriam em silêncio. Diariamente, viam-se confrontadas por incertezas quanto ao desconhecido. Tempo ruim era não estar ao lado de seus filhos queridos. Por maior a tristeza que carregassem no coração, seus semblantes se iluminavam ao avistar seus pequenos guerreiros, e delas, fluíam palavras ternas e encorajadoras. Fortes, mas humanas, passíveis de cansaço físico e emocional. Vúlneráveis aos repentes de questionamentos pessoais. Mesmo as maiores fortalezas estremecem. Compreensivelmente, falíveis. Mulheres de alma doce e valente, tais quais seus pequenos vencedores. Não esperam aplausos pelo altruísmo desprentencioso.
Hoje, acordei pensando que a vida é mais do que isso que vivemos.
É muito mais...".
Às mulheres lindas que se tornaram AMIGAS, em um dos momentos mais difíceis da nossa vida...
“Tudo que não é eterno, é eternamente inútil”.
(C.S. Lewis)

sábado, 12 de julho de 2008

Poesia


Se todo o ser ao vento abandonamos
E sem medo nem dó nos destruímos,
Se morremos em tudo o que sentimos
E podemos cantar, é porque estamos
Nus em sangue, embalando a própria dor
Em frente às madrugadas do amor.
Quando a manhã brilhar refloriremos
E a alma possuirá esse esplendor
Prometido nas formas que perdemos.

Aqui, deposta enfim a minha imagem,
Tudo o que é jogo e tudo o que é passagem.
No interior das coisas canto nua.


Aqui livre sou eu — eco da lua
E dos jardins, os gestos recebidos
E o tumulto dos gestos pressentidos
Aqui sou eu em tudo quanto amei.


Não pelo meu ser que só atravessei,
Não pelo meu rumor que só perdi,
Não pelos incertos atos que vivi,


Mas por tudo de quanto ressoei
E em cujo amor de amor me eternizei.


(Sophia de Mello Breyner Andresen)

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Sonhos



Eu gostaria de ter um “pé de idéias”. Assim como existem pés de ameixa, manga e caqui. Uma árvore de onde brotassem idéias a qualquer hora do dia e em todas as estações do ano. Que mesmo a estiagem ou chuva intermitente, não inibisse a floração e crescimento de seus frutos, desenvolvendo-se sempre viçosa, em todos os tipos de solo, sejam áridos, úmidos, fortes ou fracos.
Se conseguisse sua semente, eu mesma a plantaria, regaria todos os dias, até que surgissem os primeiros brotos, e a planta pudesse ser podada. Prepararia várias mudas e as distribuiria para as pessoas, sem distinção de classe social, aparência ou inteligência. Decerto, esta árvore teria uma copa frondosa, que refrescaria nossa memória nos dias mais difíceis. O tronco seria resistente, suas raízes profundas e suas sementes, sempre férteis. Suas flores rústicas, de um branco pungente, desabrochariam singelas, dando vazão ao único fruto, pequeno. No seu interior, este fruto modesto conteria uma idéia criativa e honesta, capaz de melhorar a vida de quem o encontrasse.
O fantástico, seria que onde quer que estas árvores fossem plantadas, as idéias se espalhariam como o pólen de suas flores. Seu efeito seria diferente para cada indivíduo: o cirurgião desenvolveria uma nova técnica, ainda mais eficiente, que salvaria a vida de seus pacientes; o cientista chegaria em um protocolo excepcional para uma nova terapia; o arquiteto criaria um projeto sem igual para urbanizar uma grande cidade; o professor cativaria seus alunos com muita didática e criatividade; a criança inventaria brincadeiras novas e divertidas para distrair-se com outras crianças. A humanidade desfrutaria de uma realidade sem miséria e violência, porque a desigualdade seria extinta de nosso meio.
Mas, chegaria o dia, que por obra da própria natureza, um dos frutos amadureceria rápido demais, apodrecendo ainda no pé. A idéia em seu precioso interior, outrora pura e sem malícia, seria corrompida, ficando à espera de alguém que por descuido, a tomasse para si. Infelizmente, este alguém poderia ser qualquer um, inclusive eu. O resultado seria catastrófico. As idéias egoístas se espalhariam ainda mais rápido pela Terra e anulariam o efeito das idéias boas que porventura surgissem. A natureza humana colaboraria para que a ganância pelo poder se sobrepujasse às idéias simples, colocando-as como loucas aos olhos humanos.
Os homens, então orgulhosos, ostentariam suas idéias e se negariam a compartilhá-las para o bem da humanidade. Restaria apenas uma medida radical: as árvores precisariam ser cortadas pela raiz, para que as sementes contaminadas não se disseminassem. Contudo, nenhum homem saberia distinguir entre as árvores sadias daquelas doentes, por melhor que fosse sua intenção. Esta árdua tarefa teria que ser confiada a um jardineiro experiente, que solucionasse o problema, sem prejudicar as árvores saudáveis, de onde ainda poderiam brotar idéias decentes. Suas mãos habilidosas teriam a sensibilidade necessária para tocar sem destruir. Certamente, para concluir sua obra, daria seu próprio sangue. Afinal, a humanidade encontraria salvação!
Esta história me parece familiar, não só porque surgiu do devaneio de uma sonhadora. Acho que o “pé de idéias”, já existe.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Aprendendo

Esta é para o meu Gu, com quem eu brinco todos os dias. Estou tentando ensiná-lo a juntar as letrinhas e as notinhas... Que mãe mais exagerada! Deixa o filho brincar...

Eu canto ou falo?
Falo ou canto?
Acho que os dois!

A palavra é tal como a canção;
E as letrinhas lembram notas musicais

Separadas, mas, em seqüência;
As notas formam uma escala
Se combinadas entre si,
Que beleza! Nasce uma canção;

As letras, uma a uma, em seqüência
Eis o abecedário!
Combinadas entre si,
Veja essa! Nasce uma palavra;

Por isso, cantar ou falar,
Tanto faz!
Na dúvida, faço os dois.

De volta...

Depois de um mês ausente, uma passandinha pelo blog...
Estou ficando viciada em ler bons livros, ávida por um história bem conduzida. Ganhei “Os Fios da Fortuna” no sábado, e não consegui parar de lê-lo enquanto não cheguei na última frase. Devorei-o rapidinho! Tive que ter criatividade para encontrar tempo, afinal, vida de mãe é imprevisível.
O romance, de Anita Amirrezvani, mergulha num mundo rico em emoções e história. Viajei na cultura persa do século XVII. Lamentei a sorte da tapeceira sem nome, mas também vibrei com sua coragem e persistência. É, vale a pena lutar. Valeu a pena ler!
Já estou à caça da próxima leitura...Candidatos interessantes não faltam...

ACEITO SUGESTÕES!

“A liberdade se conquista com o exercício da criatividade.”
Sherazade, em “As Mil e Umas Noites”