quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Recapitulando.

Desde que você nasceu, foi quando voltei a ler. E a escrever.
Voltei a cantar. E rindo, desafinar. Reaprendi a cozinhar. Mas ainda não reaprendi a me organizar.
Por você aprendi a cuidar de bebê. Amamentar, dar banho, limpar umbigo.Passei a acordar de madrugada. Dormir sentada. Acordar de sobressalto. E por falar nisso, dificilmente agora uso salto.
Depois que você nasceu tudo o mais me aconteceu.
Fiz novas amizades. Mudei minha linguagem. Meus hábitos, minha disponibiliade para caminhar. Voltei a guiar. Primeiro o seu carro, agora o nosso.
Aprendi a realmente me preocupar. E de tanto me ocupar, foi que finalmente entendi o que é descansar.
Aprendi a orar diferente. Clamar e chorar. Interceder e crer. E crendo, viver.
Redescobri o encanto das coisas simples. Do mato, da flor, da árvore, das pedrinhas, da areia. Lembrei do cheiro, da textura, das cores e do sabor. Tudo que era velho rejuvenesceu com você.
Depois que você nasceu eu me recriei. Me reinventei e mesmo assim, tem muito mais em mim para se transformar.
Desde que me tornei mãe, ando um tanto quanto emotiva.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Um doce ou uma travessura!



Feriado em casa não é sinônimo de tranquilidade.
Ainda mais se a casa mergulha num repentino silêncio. Cuidado, porque são altas as chances de uma arte em execução. São tantas as travessuras de um filho que sossego é artigo de luxo. Agora mesmo flagrei esta doce pessoa, de apenas dois anos, arrancando lascas de tinta da parede do quarto, onde já havia um pequeno infiltrado.
A cena cômica: o garoto sentado num canto, olhos arregalados, boquinha em forma de "não fui eu". Está certo que primeiro o sangue da gente fervilha e o tempo fecha... Mas num segundo momento, depois que passa o furor, é que se percebe a cara lavada do infrator em flagrante delito, com a roupa impregnada da poeira esbranquiçada e a parede ferida ... Eis a prova do crime! Lembrando disso, como não cair na risada?
Menino é assim mesmo. Eu já imaginava. Embora nunca tenha tido irmãos que me preparassem para ser mãe de um menino.
Que irresistível curiosidade desta mãe em supor o que ele pensava frente à parede enrugada, pedindo para ser descascada. Imaginem a espontaneidade daquele ato travesso. Afinal, a oportunidade lhe era imperdível. O momento perfeito... Calhou de uma brisa soprar naquele instante, encostando a porta do quarto. Agora ninguém o via. Ele não resistiu.
Se não foi assim que aconteceu, com certeza, foi muito mais interessante. O fato é que ser mãe deste pequeno é uma delícia.