segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Enquanto ele dorme...

Quando se tem um filho em casa, de férias, tem-se pela frente um desafio de magnitude edílica: como fazê-lo parar, quando você quer parar. Na maioria das vezes, esgoto todas as possibilidades em alcançar êxito nesta empreitada. Geralmente, desisto primeiro do que ele.
Esta tarde não foi diferente. Tentei persuadi-lo a descansar para que eu pudesse ler um livro. Por um descuido, declinei ao sono, ainda nem chegando à quinquagésima página do conto. Pensei estar acordada, mas estava, sim, mergulhada num sono confuso entrecortado pela realidade. E, ele era a realidade. Despertou-me, nem sei de que jeito, trazendo-me de volta dos meus devaneios, contra o que protestei veementemente. Não tinha ele este direito! Mas, por fim, assenti que me devolvesse à sobriedade do estado desperto.
Não pode vencê-los, junte-se a eles. Não é o que dizem? Fiz valer o ditado, e, de pronto o chamei para junto de mim começando uma brincadeira. Não foi preciso mais do que um instante para que a nuvem de sonolência se dissipasse. Contudo, em total descompasso entre mãe e filho, foi que o imprevisível aconteceu.
 E ele dormiu. Ele dormiu. Sem que sequer eu o atraísse para essa armadilha. Ele simplesmente se aninhou entre os meus braços. Travada a luta dos seus olhos contra o sono, embebedou-se das histórias contadas pelo silêncio e, sem defesa, entregou-se ao embalo rixoso do relógio tiquetaqueante.
E eu que, até então, torcera pela chagada deste momento, encontrei-me tão desperta ao ponto de me voltar ao computador e escrever meu próprio conto. Enquanto isso ele ainda dorme.

6 comentários:

marcelo erlo disse...

Oi Priscila achei lindo...não conhecia esse seu lado poeta rsrs amei..vou acompanhar mais de perto.

defujiy disse...

Pri que lindooo vc é d+ né com as palavras meu nem tenho o q dizer tesc tesc tesc......
bjossssss.

Priscila disse...

Queridos Mercelo e Denise,

Obrigada pela visita!

Criei este blog em 2008, logo após as cirurgias do Gustavo. Desde então, tem sido uma espécie de casa, onde abrigo minha paixão por palavras. Pena que, em 2011, esteve mais para casa de veraneio (rs)...
Serão sempre bem vindos!

Kassandra disse...

Muito lindo!!!!!Me vi neste seu conto também...rsrsrsrs

Anônimo disse...

Que lindo esse teu texto, Pri ! Beijo da Sissa (Naza antiga)

Priscila disse...

Obrigada, Sissa!bjo grande