segunda-feira, 5 de março de 2012

O menino e o Leão


           
         
            Acabo de vivenciar momentos extremamente deleitosos junto com meu filho. Conversávamos na mesa posta para o café da manhã. Conversávamos, mas, verdade seja dita: aprendíamos um com o outro de alguma maneira. Pensava apenas ensinar-lhe, ou melhor, transmitir-lhe os valores nos quais baseio minha vida. Pasme! Conforme as palavras fluíam dos lábios, surpreendi-me decifrando meu próprio coração. No intuito de mostrar-lhe, fui eu quem realmente vi!
            Sim, enxerguei claramente a revelação da minha fé. Fé essa construída durante uma vida; mas que poderia ser construída, quem sabe, em poucos dias de vida (lembro-me agora do ladrão da cruz, que recebeu o Reino dos Céus nos seus últimos fôlegos de vida).
            A verdade que perpassa a humanidade é simples o suficiente para ser sorvida por uma criança. Pura o suficiente para não se misturar à confusão de nossos dias. Forte o suficiente para levar nossa morte - não me refiro àquela que tememos, mas àquela que desconhecemos, a qual é eterna.         
        Há dias trazia comigo um sentimento de impotência no resolver, no transformar, no alterar... E de tanto me valeu esta refeição, mais do que qualquer alimento! Valeu-me pelo toque de que a impotência me aproxima de um Deus onipotente, via o Leão da Tribo de Judá. É assim que Ele se coloca, e é assim que meu interlocutor de quatro anos o vê. Que grata visão!
            De fato, hoje tivemos uma conversa especial. Sem qualquer tipo de formalidade ou artifícios. E não seriam essas as melhores?  

Nenhum comentário: