segunda-feira, 9 de março de 2009

Naquela praça.


Naquela praça, perto de casa... Crianças aprendem a andar. Cachorrinhos atletas levam seus donos de estimação pra passear. Ali sobrevive um coreto que evoca saudade de um tempo que outrora não vivi. Mais adiante, figura uma fonte que deságua de vez em quando, nas manhãs de sol. Aos pés deste chafariz se acumula uma água esverdeada, na qual nadam garrafas de plástico. Mas nada de vida.
Frequentadores do largo se acomodam naqueles banquinhos de praça feitos pra gente prosear. No entanto, quase sempre ficam calados; taciturnos. Acompanham de soslaio a passagem cadenciada da gentarada. Tenho cá comigo que aquilo tem efeito de divã.
Os únicos que causam algum alvoroço são os pombos. Subsistem às dezenas. Agruvinham-se na marquise do coreto e quando não há mais espaço, revezam-se na base da fonte. E aquela gente que se derrama no banco da praça fica quieta enquanto escuta a conversa daquela espécie de rato alado. Eita, pássaro mal falado!
É neste espaço que o menino exerce sua infância. Onde persegue os pombos que descem ao chão pra ciscar... Ele se esquece que é criança humana e corre livre pra junto do pombal. Ei, menino! Você não sabe que pombos têm carrapato? Transmitem doenças e tal. Mas o menino... Ah, o menino nem se apoquenta. Afinal de contas, que é que pode haver de mal?
Pisca grande de pura felicidade! Voa ao encontro dos pombos que se põem a farfalhar. Desconfiados se dispersam, quais leprosos que escondem suas chagas da luz do dia. Afastam-se para o esconderijo no topo do coreto. Que pena! Dos pombos só sobram as penas.
O menino não desiste, persiste. Ainda lutando pra domar os passos desajeitados. Ele corre atrás dos famigerados pombos ... Ah, pequeno, bom é ser como você que não se deixa levar pela opinião das pessoas! Quem o leva são seus pezinhos esperançosos.
Sabe o que é? As pessoas nem se lembram do quanto é bom correr atrás dos sonhos. Por isso que, sem você, aquela praça sorri sem graça.




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