terça-feira, 22 de abril de 2008

Uma perspectiva sobre os conflitos

Há algum tempo tenho refletido mais intensamente a respeito dos conflitos que irrompem em nossa vida. Não há quem, por mais fiel que seja a suas convicções, não tenha sucumbido aos apelos do questionamento ao confrontar-se com alguma situação caótica e desesperadora. Ao passar por conflitos, meu eu interior sofre pelo embate entre fé e dúvida. Minha alma anseia pela fé simples que vem diretamente de Deus, e não por aquela oriunda de frases prontas ou receitas instantâneas. Em minha inquietação particular, tenho a felicidade de olhar para Deus no momento crucial, como o Senhor dos meus conflitos, das minhas ansiedades, dos meus questionamentos. Assim, consigo entregar-lhe cada pensamento e encontrar um conforto sem igual. Respostas exclusivas para minha alma naquele momento. O cuidado de Deus é personalizado.
Sobre os conflitos, Luci Shaw comenta: "(...) Nós estamos cheios de falhas e fracassos. Fomos gravemente feridos e precisamos de cura. Queremos amor incondicional, mas para consegui-lo lutamos a fim de satisfazer as condições pessoais. No entanto, sem a vulnerabilidade e humildade que acompanham o nosso estado de feridos, como podemos levar conforto e cura a outros ao redor que foram machucados e exibem feridas semelhantes às nossas? Única solução: a nossa capacidade de ajudar está exatamente na nossa vulnerabilidade. À medida que admitimos as nossas imperfeições e necessidade de ajuda, não só podemos nos identificar com outros na mesma condição; eles também podem identificar-se conosco e saber que os entendemos e sentimos o que eles sentem. Talvez esta tenha sido uma das razões que levaram Jesus a assumir a natureza humana, a despojar-se na mesma arena que fôramos atacados e prejudicados, e a sofrer pessoalmente os mesmos ataques, "tentado em tudo como nós", o que nos dá maior confiança no seu amor e compreensão."(Muito mais que Palavras, de Philip Yancey & James Calvin Shaap, pg. 65).
Se Deus conhece os sentimentos humanos, através de Seu Filho, posso chegar-me até Ele para expor minha fragilidade. Ele, certamente, compreenderá minhas dificuldades ao trilhar caminhos conflituosos. E é este tipo de conhecimento que desejo ter de Deus; aquele que se constrói em meio às incertezas da vida, quando desisto de entender-me por mim mesma. A escola da adversidade, com todos os seus entremeios emocionais, pode se transformar numa oportunidade para enxergar a Deus. Como se antes, o conhecessemos apenas de ouvir falar, conquanto, desnudos de nossas verdades absolutas, passamos a vê-Lo com nossos olhos.




Um comentário:

Anônimo disse...

Lindo Pri! Amei este texto tão claro e tão real a todos.
Tenho certeza que cada um que lê é remetido ao seu interior, a uma passagem de sua vida, daquelas que a gente vê o Criador se incliando a criatura. O milagre da cruz que se estende eternamente.
Não só de palavras mas com a minha vida inteira quero estar ligada a Deus e mesmo na adversidade ter a certeza da sua promessa "estarei contigo, todos os dias, até a consumação dos séculos".
Beijos linda te amo muito.
Rosangela