segunda-feira, 28 de abril de 2008

Graça


Antes de qualquer coisa, que Deus me livre de falar sobre Ele, mais do que falo com Ele...
O tempo está passando. Os dias se consumindo e nós, perdidos em discussões teóricas sobre a graça de Deus. Por que nossa geração está tão interessada em receber a graça e não em entregar-Lhe o coração em todos os aspectos?
Reconheço-me livre apenas por meio desta graça redentora. Contudo, o fato de ser abraçada por este favor imerecido não significa que tenho habeas corpus para ser e agir de acordo com meus instintos. O que entendo como graça, sem nenhuma intenção de teologar (pois não sou teóloga), é que quando minha natureza humana desperta furiosa a fim de lançar-me novamente na escravidão do pecado, a graça de Deus é a âncora que salva minha alma do naufrágio.
Exercito minha mente para fugir dos pensamentos e desejos que entristecem o coração de Deus, mas sozinha, não consigo vencê-los. Somente quando reflito profundamente no quanto Deus me ama e deseja me ver livre, minha natureza humana é dominada e recolocada aos pés da Cruz.
Ah, como Deus é rico em graça e misericórdia! O quanto tem jorrado da Sua misericórdia em minha vida diariamente, pois “aquilo que eu não quero, isso faço e o que quero, não faço”. E, portanto, nestas horas, só a misericórdia de Deus, e não a graça, poupa minha vida da morte. A graça redime. A misericórdia me mantém sob alcance da graça.
Em nossa atual sociedade, existem vários exemplos negativos da figura paterna. A lista é grande: pais ausentes, insensíveis, desnaturados, violentos e até mesmo assassinos. Mas nenhum deles, nem mesmo tratando-se do melhor dos pais, assemelha-se à imagem do Pai Celestial. Este é diferente de tudo que já conhecemos como pai. Não é ditador, carrancudo, repressor, como tendemos a pensar. Um pai tirano nunca perdoaria nossas transgressões, muito menos se esqueceria das mesmas. Mas Deus prova Seu amor ao nos perdoar todas as vezes que Lhe confessamos nossos pecados - por meio de Jesus -, até mesmo aqueles que praticamos inconscientemente.
Ainda que, por conveniência humana, Sua Palavra seja tachada de moralista demais, exala interesse e cuidado paternais para com aqueles que Ele criou e com quem deseja, ardentemente, ter um relacionamento de liberdade.
Que os olhos da nossa alma consigam visualizar o Pai à espera do filho, que embora tenha se feito pródigo por livre arbítrio, nunca deixou de ser o amado do Seu coração.

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