terça-feira, 5 de outubro de 2010

Aconchego.

Pegá-lo no colo é um privilégio sem igual para esta mãe.Mesmo você já tão pesado, meus braços não sucumbem ao sustentá-lo.Você dormindo, traz olhos cerrados, hálito quente, cabelo desalinhado. Fim de expediente para nós. Encerradas suas brincadeiras, agora, só amanhã.
Enquanto o levo pra casa, você conclui, em sonho, suas aventuras de criança. Assina seus desenhos, repletos de peixes e girafas. Beija o rosto arredondado de alguma menina. Desce o escorregador de olhos fechados. E tudo não se passa de um universo do tamanho de um cochilo. Quando chegarmos à nossa casa, você já sabe que o colocarei na sua cama. Tirarei seu tênis e suas meias, aonde encontrarei um restinho da areia com a qual imagino que tenha construído seu castelo.
Embora não lhe pareça, os tempos vão mudando. As novidades tornam-se ultrapassadas num estalo dos seus dedos. Por aí, milhares de vozes indicam caminhos; confabulam soluções; criam novas doutrinas. Você, menino, cresce indiferente. Vai montando seu próprio cenário ao juntar as peças do quebra-cabeça. Ainda cedo, foi-lhe apresentado o Pastor da história e dos fatos, nos relatos que trazemos à sua descoberta. Anseio que esta semente germine nesta sua primavera, gerando frutos perenes de salvação. Pois não há maior certeza do que esta: o Pastor sempre cuidará desta ovelhinha.

2 comentários:

Anônimo disse...

q lindo Pri.. bjus

Anônimo disse...

Lindo,Pri! Até senti nos dedos os grãozinhos de areia do tênis dele... Me lembrou você pequenina!