quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Hoje, já é 2009.

Jamais poderei dizer que não conheci o sorriso de Deus. Eu o vi hoje de manhã, quando você sorriu pra mim, filho. Seu rostinho corado me fez lembrar de que nem sempre foi assim. Há um ano, a alegria existia, mas estávamos machucados. Incompletos. Sabíamos que Deus olhava para nós, contudo, queríamos mais. Queríamos que os dias voassem e com eles, a sua doença. Foi difícil passar o dia 31 de dezembro de 2007. Quanto mais, curtir aquele primeiro dia de 2008. Naquelas circunstâncias, uma intoxicação medicamentosa abalou sua saúde, já bastante frágil, mas não apagou seu sorriso. Embora as lembranças ainda sejam fortes, estes dias se passaram. Um ano depois, você está aqui, brincando. De repente, viro-me para trás e o surpreendo embaixo da mesa, crente de que vai conseguir pegar a chupeta azul sobre o tampo de vidro. Sapeca, como só você sabe ser. Onde ficou aquele bebê vulnerável, de grandes olhos azuis? Cadê o fantasma do medo? Aquele bebezinho ainda existe nas fotos que documentam a vitória conquistada em tão pouco tempo de vida. O fantasma do medo foi sepultado num lugar onde só Deus conhece o endereço. Sabe, filho, ninguém está isento de passar por crises e adversidades. Você sabe disso melhor do que muita gente grande. Contudo, sua história prova que Deus não nos abandona em nossos desertos. Basta querer que Ele fique em nossa vida. Tem dias, que passando pelo deserto, a gente quer ficar sozinho pra chorar. Nestes dias, Ele providencia uma sombra. Em todos aqueles meses, Ele nos preparou várias sombras. E, depois que este deserto ficou para trás, tem revelado pouco a pouco (ao pé do ouvido), os detalhes do Seu cuidado. Essas descobertas são surpreendentes. Levam-nos a entender como sobrevivemos aos ataques da ansiedade. Foi por causa da fidelidade de Deus, expressa também no seu olhar feliz de criança. Ademais, não tenho muito que acrescentar a este texto, se não: “Obrigada, Pai. Por tudo. Em especial porque, mesmo quando cedi à tentação de duvidar, Você sorriu para mim.”

Um comentário:

ISADORA disse...

Priscila este seu texto é lindo!!! Enchi os olhos de lágrimas pois ele representa muito o que vivi durante esses 6 meses de luta, e assim como vc cheguei a dúvidar de Deus, ele tb sorriu para mim e me entregou a Pequena Guerreira Isadora no colo, Deus é maravilhoso.