quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Na cidade...


O que escrever sobre uma quinta-feira úmida?


Os chuviscos trouxeram na carona um frio rabugento que gela a ponta dos dedos da gente, e a ponta do nariz dos mais sensíveis. A cidade está desbotada, a paisagem urbana exibe uma monotonia pálida. Assim mesmo, faça chuva ou sol, os carros sobem a avenida rangendo os pneus pelo asfalto irregular.


Os ruídos transmitem mesmice e se espalham pelo ambiente das ruas em redor, sobressaindo-se perfeitamente ao barulho dos trabalhadores que emprestam vida à selva de pedra. A cacofonia moderna vai perdendo intensidade, mas nunca o ritmo, conforme sobe em direção aos últimos andares dos edifícios de concreto, erigidos em algum tempo, sob a superfície que sustenta este mundo.


As paredes encardidas dos prédios encobrem a existência de homens, mulheres e crianças, vivendo suas vidas, tal como pequenas unidades funcionais que fazem respirar as entranhas compartimentadas destas construções.


A cidade tem sempre a mesma feição, o mesmo jeito indiferente, embora o tempo desgaste tanto o concreto, quanto em maior escala, o povo que faz nele seu ninho e em seu torno o ganha pão. Portanto, não há nada de novo embaixo do céu que se faça notar, além da data de 20 de agosto de 2009.

Essa sim, uma novidade que vale a pena comemorar e viver!

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