quarta-feira, 6 de maio de 2009

Mais uma vez, a praça.

Hoje, voltamos àquela praça de sempre, que me pareceu excepcionalmente apática. Ou talvez, eu que estivesse. O fato é que os pombos não estavam mais lá; e ainda nem era cinco da tarde. Será que os pombos não moram ali? Quem sabe sejam apenas funcionários, assim como deve ser o chafariz, que trabalha melhor nos feriados e finais de semana. Porque faltaram os pombos, o menino quase ficou sem divertimento. Logo que avistou sua praça, ele se assanhou e por pouco não saltou do meu colo. Ganhou liberdade junto ao chão e saiu à procura dos amigos alados. Vasculhou o coreto e os canteiros de flores, na esperança de encontrar unzinho que fosse, mas a empreitada não obteve sucesso. Da próxima vez, prometo que o levo mais cedo, ainda quando os pombos estiverem curtindo o ócio da praça.
Por fim, o que salvou o passeio foram alguns cachorros que tomaram o lugar das aves, correndo livres, leves e soltos de um canto para o outro, demarcando território. Cheguei até a desconfiar que os cães tivessem lanchado os pombos; mas não acredito que sejam suficientemente sagazes para caçar e arregaçar as pobres aves. Cachorros da cidade são mal acostumados, assim como a gente. Já ouvi falar de cachorros que fazem festa de aniversário, freqüentam spas, mas isso é assunto para outro dia.
Hoje a praça me inspirou muito pouco. Já não digo o mesmo pelo menino, para quem, tudo tem cheiro de descoberta. Foi muito sincero ao se mostrar insatisfeito por vir embora. Haja vista, toda vez que a gente passa ao lado daquela praça, ele se volta para ela e abre os braços, como se quisesse abraçá-la mais uma vez.
Parece que o encanto daquele lugar é a mais pura e simples liberdade que o menino usufrui enquanto corre e ri à vontade. Ele não precisa mais do que isso para estar feliz, ser criança. Vai ver, esse é o segredo.

Um comentário:

André disse...

Para quem conhece a praça, o menimo, a espontaneidade dele e a mãe do menino dá para imaginar a cena... linda e inspiradora... amo vcs!